sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Meus versos para Michel Foucault

(...) o homem de que nos falam e que nos convidam a liberar já é em si mesmo o efeito de uma sujeição bem mais profunda que ele. Uma ‘alma’ o habita e o leva à existência, que é ela mesma uma peça no domínio exercido pelo poder sobre o corpo. A alma, efeito e instrumento de uma anatomia política; a alma, prisão do corpo. (FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1987.)
     
Foucault, eu juro que não quero incomodar-te
Com esta composição que tem certa simetria
Mas quero registrar nela muito daquilo que falaste
A respeito do sujeito e da sua idolatria

Sei que detestavas o culto à personalidade
E nisso eu concordo contigo indubitavelmente
Somente uma reflexão crítica sobre a verdade
Poderá levar o sujeito a rebelar-se totalmente

Da normalização do sujeito à questão dos poderes
Melhor do que tu, ninguém soube explicar
Subjetividade no plural para a produção dos saberes
Jogos de verdade, nós devemos também agenciar

Cada indivíduo que se submete ao discurso do poder
Não tem consciência da sua sujeição e da sua domesticação
Por isso, é preciso escapar do “olho vigilante”, a saber
A fim de libertar-se das estruturas de domínio e mortificação

Foucault, eu agradeço a ti os teus estudos maravilhosos
Toda a tua contribuição filosófica sobre governamentalidade
A história da loucura e o cuidado de si são teus escritos preciosos
Incluindo a arqueologia do saber e a história da sexualidade


Tânia Marques 17/07/09
Fonte da imagem: deusnagaragem.ateus.net/.../

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